Rhizoctonia solani

DOENÇAS EM GRAMADOS
11/09/2020
Autora: Livia Sancinetti Carribeiro- Engenheira Agrônoma, Mestre em Agronomia (Irrigação e Drenagem), Doutora em Agronomia (Irrigação e Drenagem) pela UNESP, Botucatu-SP e Coordenadora Executiva da Associação Nacional Grama Legal.

O que é Rhizoctonia solani

Rhizoctonia é uma doença fúngica de solo de grande importância e muito comum em gramados ornamentais.

Gramados infectados por Rhizoctonia spp apresentam sintomas muito variados conforme a espécie de grama, podendo ser facilmente confundida com sintomas de outras doenças. Quando infectam gramados de clima frio são popularmente conhecidos por Brown patch e Large patch quando atacam gramados de clima quente como os cultivados no Brasil.

Doenças em Gramados: Rhizoctonia solani

A Pacific Northwest Extension Publication - Oregon State University.

Doenças em Gramados: Rhizoctonia solani

Foto: Ernesto Siqueira Henriques

Doenças em Gramados: Rhizoctonia solani

Foto: Ernesto Siqueira Henriques

Doenças em Gramados: Rhizoctonia solani

Foto: Ernesto Siqueira Henriques

Doenças em Gramados: Rhizoctonia solani

Foto: Ernesto Siqueira Henriques

Doenças em Gramados: Rhizoctonia solani

Foto: Ernesto Siqueira Henriques

Doenças em Gramados: Rhizoctonia solani

Foto: Ernesto Siqueira Henriques

Quais são os sintomas?

Os sintomas causados por Rhizoctonia variam bastante, dependendo da espécie de gramado, condições do solo e ambientais

Gramados aparados muito baixos comuns em campos de golfe com alturas de corte de até 0,5 cm apresentam sintomas diferentes das gramas que necessitam de cortes mais altos que 3 cm de altura.

As condições ambientais são determinantes para diferenciação dos sintomas apresentados pela Rhizoctonia spp.

Em gramados de clima quente (Cynodon, Stenotaphrum, Axonopus e Zoysias), a doença se manifesta entre o outono e inverno, preferencialmente, entre maio e começo de agosto quando as gramas apresentam seu ritmo de crescimento reduzido e existem condições ideais para a infecção do gramado pelo fungo como: baixas temperaturas e umidade. Quando a doença se instala no gramado os primeiros sintomas verificados é a formação anéis ou manchas de formato oval/ circular de cor marrom com aspecto queimado.

Lesões foliares são incomuns, pois o fungo não ataca propriamente a folha. As Infecções ocasionadas pelo fungo ocorrem nos estolões ou na bainha das folhas (base da folha), resultando em podridão basal de aspecto encharcado, marrom-avermelhadas ou pretas. Os brotos afetados podem ser facilmente removidos de suas bainhas onde ocorreu infecção. As raízes apresentam aspecto de descoloramento, mais não de aprodrecimento.

Os sintomas causados pela doença são bastante evidentes, caracterizando-se pelo apodrecimento dos perfilhos que dão origem ao surgimento de anéis ou manchas que podem apresentar, inicialmente, de 20 a 30 cm de diâmetro e estender-se por muito metros (> 8 metros de diâmetro), onde a grama apresenta-se quase completamente morta. Os anéis ou manchas apresentam coloração que pode variar de amarelo à marrom. Os perfilhos infectados pelo fungo apresentam-se descoloridos e os sintomas ocorrem inicialmente nas folhas velhas, progredindo para as mais novas. Os brotos localizados nas margens dos anéis de infecção podem apresentar coloração amarelo alaranjado, ficando bastante evidentes durante uma infecção ativa. Esses sintomas permanecerão no gramado até que a grama retorne seu ritmo de crescimento (início da primavera).

Medidas preventivas para controle da doença:

Suspender adubação Nitrogenada (N) nas épocas mais frias do ano para evitar o crescimento excessivo do gramado.

  • Realizar adubação nitrogenada no gramado somente até o meio do verão;
  • Caso seja necessária à aplicação de N no inverno, utilizar fontes de liberação lenta de nitrogênio, pois são menos propensas a aumentar Rhizoctonia do que formas solúveis em água (de liberação rápida) ou utilizar formulações com baixa concentração de N.

Manter o solo com altos níveis de Fósforo e Potássio no inverno.

  • Fósforo: Estimula o desenvolvimento de raízes, tornando o sistema radicular mais vigoroso;
  • Potássio: Torna a parede das celular mais rígida, criando uma barreira para a penetração do fungo.

Reduzir a frequência de irrigações nas épocas mais frias do ano.

Realizar a irrigação do gramado pela manhã para reduzir a severidade da doença;

  • Irrigações realizadas pela manhã permitem a drenagem da água da camada superficial do solo e o secamento da região da coroa no decorrer do dia, evitando que a grama mantenha-se úmida por um período muito prolongado ( > 12 horas de folha molhada);
  • Nunca realizar irrigação ao final do dia (após as 18 h), pois manterá o gramado úmido por mais de 12 horas.
  • Caso seja necessário realizar a irrigação no período da noite, programar o sistema de irrigação para ligar a partir da meia noite (24 h).

Realizar a poda de árvores e arbustos visando melhorar a circulação de ar e a penetração de luz sobre o dossel da grama.

Remover o excesso de palha sobre o dossel da grama evitando o estabelecimento de um microclima adequado ao desenvolvimento da doença.

Evitar podas excessivamente baixas do gramado nos períodos mais frios do ano.

Em condições de alta severidade da doença recomenda-se o uso de fungicidas biológicos para controle quando esta ocorre em gramados domésticos.

Gramados onde a doença já tenha se manifestado em anos anteriores necessitarão de tratamento preventivo (anteriormente a época de incidência da doença) a fim de inibir o desenvolvimento da mesma.