Objetivo dos gramados em projetos paisagísticos
Os gramados estão muito presentes nos projetos de paisagismo. Seja em um jardim residencial, comercial ou parques e praças, as gramas podem ser usadas com várias funções, além do seu apelo estético na paisagem.
Um jardim tem que ter um estilo condizente com a arquitetura do local. Além deste requisito, a harmonia, o ritmo, a unidade e o equilíbrio são outros fatores que devem estar presentes em um projeto paisagístico. O jardim precisa integrar com o ambiente já existente e ser adequado às condições de solo e ao clima da região. Com isso, um bom paisagista deve projetar o jardim de acordo com o investimento do cliente e prever a manutenção que ele exigirá.
As gramas mais usadas em jardins são: Esmeralda (Zoysia japonica), São-carlos (Axonopus fissifolius), Santo-agostinho (Stenotaphrum secundatum), Batatais (Paspatum notatum), Japonesa ou Coreana (Zoysia matrella) e Bermudas (Cynodon dactylon). Algumas destas possuem variedades com características mais adequadas para determinadas funções.
Por ter porte baixo e possuir caule subterrâneo, o gramado pode ser usado no projeto de paisagismo para melhorar o microclima local, evitar o respingo da terra na parede, prevenir a erosão do solo, baratear o projeto, como piso drenante ou simplesmente para dar o embelezamento e acabamento ao ambiente. Além disso, tem a característica única de suportar o pisoteio parcial em um jardim.
O gramado usado com o objetivo de compor um jardim tem que ter o apelo estético e muitas vezes possuir um bom custo/benefício ao profissional e para o cliente final. A grama é verde, mas a sua tonalidade é influenciada pela espécie ser de ambiente de sol ou de meia-sombra. Além da tonalidade de verde, a textura e a presença ou não de ‘pelos’ nas folhas são importantíssimos para a escolha do paisagista. Não seria agradável ter um gramado com ‘pelos’ nas folhas em um local onde a criançada irá deitar e rolar na hora de brincar, não é mesmo? A coceira poderia acabar com a brincadeira. O jardim pode ter unidade e harmonia com tonalidades semelhantes e diferentes das folhas de gramados, forrações, arbustos, árvores e palmeiras.
O gramado também pode ser usado em proteção de taludes e de áreas em degradação. Por possuir um sistema radicular intenso, suas raízes seguram muito bem o solo, além de ajudar a reter a água das chuvas, reduzindo assim o processo erosivo no solo. Em áreas inclinadas, acima de 45º, recomenda-se a não utilização de gramados, e sim de forrações e arbustos, por causa da manutenção de cortes em gramados, que deve ser mensalmente, de um modo geral.
Diferentemente das forrações, os gramados são gramíneas que aguentam pisoteio parcial, um dos motivos de serem muito usados em playground e em campos esportivos. Eles podem ser pisoteados, mas de maneira aleatória, senão ficam falhados, com a terra exposta, dando um aspecto de maus tratos ao jardim. Algumas forrações levam o nome popular de grama, mas não podem ser pisoteadas, e sim contempladas e apreciadas, como a grama-amendoim (Arachis repens) e a grama-preta (Ophiopogon japonicus).
Deve-se usar e abusar dos gramados e das outras classificações de plantas no jardim, mas sempre as identificando se estarão no projeto com um objetivo funcional ou estético. É imprescindível estudar o ambiente, como clima, solo, intensidade de luz e vento no local, além do gosto e das necessidades do cliente e do espaço.