Mentiras que te contam sobre gramados
Não pise na grama!
MENTIRA!
O gramado já implantado, na verdade foi feito para ser pisado, a frase correta deveria ser “pise na grama”, contudo, o problema está na intensidade de pisoteio, pois não pode ser feito é um “caminho” constante em um único lugar. O trânsito excessivo nesse mesmo local, acaba deixando o solo compactado e dificulta o desenvolvimento do gramado, e suas estruturas vegetativas. Importante destacar, que algumas espécies são mais resistentes que outras com relação ao pisoteio, como o caso da esmeralda e bermudas, que por apresentarem crescimento rizomatoso e estolonífero, essas estruturas entrelaçam perfeitamente e conferem maior tolerância ao trafego de pessoas. Já espécies como São Carlos e Santo Agostinho, por terem apenas crescimento estolonífero, suas estruturas de crescimento estão na superfície do solo, e o pisoteio constante acaba as destruindo e dificultando o desenvolvimento da grama, sendo essas menos resistentes ao pisoteio.
As gramas competem por água e nutrientes com as árvores e palmeiras
MENTIRA!
As gramas são espécies herbáceas, e suas raízes estão compreendidas em sua maioria na camada de 20 cm do solo, enquanto árvores e palmeiras apresentam sistema radicular profundo chegando a metros de comprimentos dependendo da espécie. Sendo assim, mesmo que as gramas sejam constituídos por uma grande densidade de plantas por metro quadrado, a competição entre essas plantas não existe. Um programa adequado de adubação, irrigação e controle de plantas daninhas, manterá todas as espécies em condições ideais de desenvolvimento. A “competição” por luz seria o principal fator, pois dependendo da copa da árvore, esta causará um sombreamento, e o gramado não irá se desenvolver nesse local sombreado. Ainda solos compactados também prejudicarão essas espécies.
Só se usa a grama esmeralda no paisagismo
MENTIRA!
A grama esmeralda, é a espécie mais utilizada no paisagismo, contudo não é exclusiva. O fato da grama esmeralda ser a mais utilizada nesse setor (praças, parques, jardins públicos e residenciais) provém de um efeito dominó. A espécie, de origem asiática, foi introduzida no Brasil nos anos 70, e se adaptou muito bem no país em diferentes tipos de ambientes, e devido a sua maior resistência ao pisoteio, média exigência nutricional, ela foi amplamente difundida por todo o Brasil. A espécie logo, se tornou a mais cultivada, e consequentemente o preço do metro quadrado acabou diminuindo, e ainda, devido a baixa disponibilidade de outras opções de gramados a alguns anos atrás, a esmeralda passou a ser amplamente utilizada no setor paisagístico. Contudo, a espécie é bem aceita não somente no setor paisagístico, e sim em rodovias e campos esportivos também. Outras gramas, como São Carlos, Santo Agostinho, GeoZoysia, Zeon, Discovery e coreana também são recomendadas para uso no paisagismo, não podendo se limitar apenas a esmeralda em composições de projetos.
Plantar tapetes de grama em um terreno, fará com que não cresça “mato” no local.
MENTIRA!
Um erro muito comum, é esse pensamento, pois primeiro, para se fazer o plantio de tapetes, é essencial que o terreno seja preparado, para receber o gramado. Segundo, um manejo de irrigação constante nos primeiros dias, fará com que o “pegamento” do tapete seja mais eficiente, e após a grama estar estabelecida, é essencial realizar as operações de manutenção, como em qualquer outro gramado implantado. Por mais que o solo não fique exposto, e o aparecimento as plantas invasoras seja prejudicado, mesmo assim, é comum o surgimento de plantas daninhas. Manejos adequados, de corte, irrigação e adubação fará com que o gramado fique mais fortalecido e seu desenvolvimento seja maximizado, e prejudiquem ainda mais o aparecimento de invasoras, contudo, deve ser realizado o controle de plantas daninhas para que elas não “sementeiem” e aumentem sua densidade na área. Assim, manter um gramado sem cuidados, fará com que ele fique propicio para o surgimento dessas daninhas.
Qualquer grama pode ser implantada em qualquer local
MENTIRA!
Esse é um fato bem errôneo, pois apesar da esmeralda ser amplamente aceita e adaptada a diferentes tipos de ambientes, existem várias espécies recomendadas para ocasiões especificas. Locais que não é possível ter muita manutenção (como a irrigação), a grama batatais, que é uma espécie nativa, é a mais indicada, devido a sua rusticidade. Jardins públicos, privados, margens de rodovias e alguns campos esportivos, a esmeralda se adapta muito bem. Contudo, campos esportivos de alta performance que tenham alta manutenção, as gramas bermudas são as recomendadas. Regiões litorâneas e com maiores concentrações salinas, a Santo Agostinho se adapta muito bem, enquanto regiões mais frias do país (como o sul) e locais semi-sombreados, a São Carlos é a mais indicada. Um fato importante é que não existem espécies resistente ao sombreamento, nenhuma grama consegue se desenvolver em áreas totalmente sombreadas, onde nesse caso, é mais recomendado uso de forrações especificas, como a grama preta (que apesar do nome, não é uma grama).