Mitos e verdades sobre gramados

MITOS E VERDADES / 01/04/2020

A urina do meu cão pode matar meu gramado?

VERDADE

A urina animal é constituída de sais solúveis, uréia e outros componentes. Essa solução salina (xixi) pode matar o gramado se o teor de sal da mesma for alto e a urina depositada sempre no mesmo local pelo animal. Isso ocorre especialmente se o solo e o gramado forem pouco irrigados.

Os danos ao gramado serão menores se os animais que frequentam o ambiente não apresentarem o costume de urinar sempre no mesmo ponto, o teor de sais solúveis na urina for baixo e o gramado e solo frequentemente irrigados.

Aumentar a frequência de irrigações dos gramados frequentados por animais de estimação é a alternativa mais viável para saúde da grama uma vez que a água proveniente das irrigações atua diminuindo a concentração de sais no solo e os carregando pelo perfil, reduzindo os danos à grama.

A grama pode prejudicar o desenvolvimento de outras plantas do jardim?

MITO

Embora os gramados sejam constituídos por uma grande densidade de plantas por metro quadrado não se pode afirmar que é o principal responsável pela mortalidade ou pelo mau desenvolvimento de outras espécies. Fatores como adubação, irrigação, intensidade de luminosa, presença de insetos praga, compactação do solo podem ser considerados muito mais maléficos ao desenvolvimento das espécies presentes no jardim do que, propriamente a presença do gramado. Inclusive, esses fatores podem ser bastante prejudiciais ao próprio gramado. Um bom programa de adubação, fornecimento de água adequado, quantidade de plantas presentes no jardim, controle de pragas e doenças, e a poda periódica de outras espécies dominantes para garantir a quantidade de sol necessária, podem ser a alternativas para a sobrevivência das plantas que compõem a paisagem do que justificar a morte das mesmas pela presença da grama.

Posso implantar ou substituir o gramado em qualquer época do ano?

VERDADE

A implantação de um novo gramado pode acontecer em qualquer época do ano, porém recomenda-se que ocorra, preferencialmente, entre setembro e março quando há maior incidência de chuvas, luz e onde são verificadas as faixas de temperatura mais adequadas ao desenvolvimento e pegamento da grama.

Quando o plantio ocorre entre a primavera e verão há um melhor desenvolvimento do sistema radicular (mais vigoroso e profundo) e parte aérea (acúmulo de carboidratos nas folhas) para durante o outono e inverno, quando são registrados os menores índices pluviométricos, incidência luminosa e temperaturas a grama apresenta, melhor resistência a seca e reserva de carboidratos, suficientes, para garantir sua sobrevivência no período de "dormência vegetativa".

Molhar a grama nas horas mais quentes do dia pode matar o gramado?

MITO

Embora não recomende-se realizar a irrigação do gramado nas horas mais quentes do dia, este não é o fator que poderá matar a grama. A questão “hora do dia em que se deve realiza a irrigação” está muito mais ligada à quantidade de água perdida por evaporação para o ambiente, e não aproveitamento pelas plantas, do que ao fato de matar a grama pela rápida evaporação da água que ficou retida na superfície foliar e evaporou em decorrência do calor excessivo do ambiente e da temperatura elevada das folhas. Isso poderá, sim, estressar a planta, mas não mata-la.

Portanto, irrigar a grama nas horas mais quentes do dia não é a melhor solução para o problema. Assim como ocorre em outras espécies, as gramíneas desenvolveram estratégias para reduzir a perda de água pelas folhas e garantir sua sobrevivência em condições estressantes. Dentre os artifícios criados pode-se citar: (1) o fechamento parcial ou total dos estômatos presentes nas folhas; (2) o enrolamento da superfície foliar (muito comum na grama Esmeralda); (3) o desenvolvimento de grande quantidade de pêlos (como verifica-se na grama Batatais), (4) o acúmulo de cera na superfície foliar (presente na grama Santo Agostinho) e (5) a redução do tamanho da folha (como verificado nas gramas Bermudas e Japonesa). Realizar as irrigações nas horas mais frescas do dia – preferencialmente entre 8 e 10h - é melhor solução para o bom aproveitamento da água pelas plantas.

Todas as gramas precisam de sol, mais nem todas toleram sombreamento?

VERDADE

Todas as gramas utilizadas em paisagismo, campos esportivos, rodovias, ferrovias, parques industriais necessitam de luz solar para sobreviver. Isso se deve ao fato de que radiação luminosa é o fator chave para a fotossíntese e atividade das clorofilas que garante a cor verde dos gramados. Dentre as diferentes espécies de grama utilizadas como cobertura vegetal, algumas melhor se adaptaram a condições de pleno sol como a grama Esmeralda e a Bermudas – muito utilizadas em campos esportivos, parques, rodovias e áreas industriais. Outras adaptaram-se a condições de menor incidência luminosa, como é o caso da grama Santo Agostinho e São Carlos, mas na verdade todas as gramas gostam de sol pleno. Esta tolerância ao sol ou sombra está muito relacionada a altura de poda recomendada e a qual devemos praticar nas distintas espécies. Portanto, aquelas tolerantes a um déficit de sol, necessitam de uma maior altura de poda e são mais tolerantes ao sombreamento. O segredo na hora da compra é saber escolher o tipo de grama que melhor se adapta as condições climáticas do ambiente onde será plantada. Veja aqui as variedades mais comercializadas no Brasil.

O fertilizante é o único fator que contribui para o garantir o verde do meu gramado?

MITO

O verde do gramado não depende somente do fertilizante. Além de um bom programa de adubação, por meio da aplicação de Nitrogênio, Fósforo e Potássio e correção do solo mediante a aplicação de calcário (1), a grama necessita de um adequado programa de irrigação, pois a água é o principal mecanismos de transporte do nutriente as raízes (2), quantidade e intensidade de luz necessária para realizar fotossíntese e garantir o crescimento ideal (3), solos bem aerados para assegurar a respiração radicular, entre outros fatores. Saiba aqui tudo que você precisa saber para cuidar muito bem do seu gramado.

Cortar a grama baixa diminui consideravelmente o número de roçadas posteriores?

VERDADE

Cortar a grama, abaixo do recomendado pode ser conveniente no que se diz respeito gerenciamento intervalo entre roçadas, mas não é a melhor alternativa para a saúde do gramado. Todas as espécies de gramas, têm uma altura ideal para o seu adequado desenvolvimento, sendo assim, quando podamos um gramado bem abaixo da sua altura ideal ou da altura confortável para a espécie estamos proporcionando um grande prejuízo à ela uma vez que causamos o chamo de efeito rebote, que a grama apresenta quando podada muito baixa. Como um instinto de sobrevivência, ela acelera o seu metabolismo, além do normal, para se recuperar rapidamente e também ganhar a competição com as ervas daninhas, que passam a germinar em função da abertura da tramada do gramado e exposição do solo ao sol. Esta ação dá uma falsa impressão que aumentará o intervalo entre um corte e outro, o que na verdade estamos fazendo, é destruir o gramado. Quando esta mesma grama é podada, próximo da sua altura de conforto, não identificamos este efeito rebote, havendo um crescimento normal às características de cada espécie. Esta competição é semelhante a uma pequena árvore que nasce no meio da floresta e tem o seu crescimento acelerado, na procura de luz, até romper o topo da floresta e se expor ao sol.

Grama preta é grama?

MITO

Embora denominada comercialmente como grama, por apresentar caracteristicas muito semelhantes aos gramados (folhas finas e escuras), e por formar uma excelente forração, a Grama-preta (Ophiopogon japonicu) não pertence ao grupo das gramíneas, e consequentemente a família Poaceae. A Grama-preta faz parte da Família: Liliaceae, cujos representantes de maior expressão comercial são as tulipas e os lírios, muito utilizados como plantas ornamentais. Veja aqui as variedades mais comercializadas no Brasil. Veja aqui as variedades mais comercializadas no Brasil.

O gramado artificial é melhor do que a grama natural?

MITO

Muitas empresas vem atualmente produzindo e comercializando a grama artificial como um substituto mais "ecológico" da grama cultivada. Os gramados artificiais são produzidos a partir de materiais sintéticos (polietileno e polipropileno) e, portanto, constituídos por substancias que podem levar a contaminação do solo e água. Além disso, os gramados artificiais afetam diretamente o sistema natural ao seu redor. Diferentemente dos artificiais, os gramados naturais criam um ambiente propício à sobrevivência de microorganismo decompositores (1), proporcionam uma boa drenagem da água das chuvas uma vez que o crescimento do sistema radicular cria microgalerias que facilitam a drenagem da água (2), atuam como reguladores de temperatura do ambiente (3); absorvem o gás carbônico (CO2) do ambiente e o metabolizam no processo de fotossíntese fixando o carbono no solo e liberando o oxigênio no ar (4) e reduzem a propagação de ruídos e a poluição do ar, uma vez que atuam como filtros naturais para o ambiente. Veja nosso material sobre lesões em gramados sintéticos.

Fique de olho em breve incluiremos mais mitos e verdades sobre grama e gramados