Os impactos da Grama Artificial ou Sintética ao meio ambiente
Dia Nacional da Conscientização sobre Mudanças Climáticas
Criado pela lei federal 12.533 em dezembro de 2011, O Dia Nacional da Conscientização sobre Mudanças Climáticas uma data de grande relevância pois ressalta a importância da preservação do meio ambiente por meio de ações que reduzam o impacto proporcionados pelas ações do homem sobre o Planeta Terra.
A data 16/03 foi escolhida por marcar a abertura do processo de reconhecimento ao Protocolo de Kyoto - tratado internacional articulado para levar países desenvolvidos a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa, especialmente dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, mitigando os possíveis danos diretos proporcionados à camada de ozônio e indiretos sobre o planeta – aquecimento global (aumento da temperatura, degelo das calotas polares, elevação do nível dos oceanos, redução na disponibilidade de recursos hídricos, períodos prolongados de seca, redução de recursos naturais, etc.)
Temos diariamente buscado atuar a favor da saúde do nosso planeta de maneira que as gerações futuras sofram o mínimo possível com as consequências de nossos erros e possam assim, ter uma qualidade de vida melhor.
Cabe então uma reflexão sobre o assunto, visto que estamos entrando em contradição com o que temos pregado a sociedade. Porque, uma escola infantil optaria por uma grama sintética em seu jardim ou área de recreação ao invés de utilizar um gramado natural onde as crianças possam ter a oportunidade sentir a textura da folha da grama (estimulando seu sistema sensorial), visualizar o verde intenso do gramado no verão e amarelecimento de suas folhas no inverno (estimulando o sistema visual); vivenciar o trabalho das formigas durante o outono carregando pedacinhos de folhas no decorrer do gramado para levar em seus ninhos, o pouso e vôo das joaninhas sobre as folhas, passarinhos recolhendo palha para construírem seus ninhos, minhocas abrindo galerias... será que tudo isso que as crianças deixam de vivenciar é para simplesmente retornarem para suas casas com o uniforme limpo? Será que as escolas esqueceram que a grama natural absorve CO2 e disponibiliza O2? Que retém materiais em suspensão (poeira) e contribui com a elevação da humidade do ar, reduzindo possíveis problemas no trato respiratório em crianças? Melhora a infiltração da água no solo? etc.
Sem contar com o grande crime que os clubes esportivos vêm cometendo contra seus jogadores, substituindo os gramados naturais por grama sintética.
Sem contar com o grande crime que os clubes esportivos vêm cometendo contra seus jogadores, substituindo os gramados naturais por grama sintética. Sendo, recentemente lançada a grama hibrida, fruto da mistura da grama sintética com a semeadura de uma gramínea de clima frio. Porque optar por grama sintética em campos esportivos ao invés do gramado natural? Publicamos recentemente um conteúdo intitulado “Grama natural é segurança e saúde física de atletas” onde foram apontados diversos benefícios do gramado natural sobre os artificiais, porém temos verificado diariamente que o “homem” está indo novamente contra o meio ambiente e o próprio homem.
Novamente na tentativa de esclarecer e conscientizar a sociedade sobre o assunto traduzimos um conteúdo escrito por David Hedges-Gower, publicado na revista Pitchcare Magazine em 4 de março de 2020. O artigo intitulado "Grama Artificial – a verdadeira história de horror", que requer ampla divulgação, pois demonstra como a indústria do gramado artificial vem caminhando completamente contra o conceito da sustentabilidade e denegrindo a importância e benefícios atribuídos ao uso da grama natural.
“Porque alguém substituiria um produto natural e sustentável por um produto artificial, derivado do carvão e petróleo, com vida útil limitada e quase impossível de reciclar quando todo o planeta vem lutando contra o acúmulo de plásticos visto que estamos passando por uma emergência climática. O que convence os consumidores a fazer essa escolha? E por que cobrir campos de futebol e quadras de esportes infantis das crianças com grama sintética?
Ao invés de estarmos ajudando a conter um desastre ambiental que surge lentamente, estamos corroborando com ele. O primeiro erro atribuído ao uso de gramas sintéticas começa com o marketing, uma brilhante lição de exploração do consumidor que acredita estar economizando muitos reais quando investem em um produto artificial, como uma alternativa para não “gastar” com manutenção do gramado. Ou seja, os consumidores querem a conveniência de não ter que cuidar e gastar com a grama natura então optam por substituir os pulmões da natureza por um produto petroquímico que danifica o meio ambiente, um produto que realmente requer manutenção e precisará ser substituído a cada dez anos.
Obviamente, se a grama sintética fosse chamada pelo nome exato, grama plástica, as vendas e uso não seria tão crescentes como tem sido. Se os consumidores tivessem a oportunidade de ver as montanhas crescentes de grama plástica desgastada e estragada que irão se acumular nos aterros sanitários em todo o mundo, certamente hesitariam em compra-la. Assim como a gasolina, a grama plástica é um produto final da indústria de carvão e petróleo, usando plásticos como polietileno, polipropileno e nylon. Portanto, seja vendendo grama plástica ou um tanque de gasolina, trata-se de um “negócio” muito lucrativo para as indústrias de combustíveis fósseis.
A indústria da grama plástica até pode dizer que não necessitam de manutenção, mas isso simplesmente não é verdade, a menos que o consumidor esteja feliz por ter um acúmulo crescente de resíduos e ervas daninhas, pois elas nascem abaixo do tapete sintético instalado. A grama plástica certamente precisa de limpeza e quando o consumidor e sua mangueira (usando mais água do que o necessário para manter a grama natural viva) tiverem que entrar em ação para lavar o tapete de grama plástica com um coquetel químico e detergente, produtor esses que destinar-se-ão a rede de esgoto e posteriormente nos rios, o consumidor começará a se conscientizar do grande erro cometido. O gramado plástico também precisará ser tratado contra musgo (mediante o uso de algicidas), tornando a manutenção ainda mais cara do que se tivesse optado por uma grama natural.
Informar-se antes de optar por uma grama plástica ou grama natural é essencial para fazer a melhor escolha:
- Gramas naturais contribuem para o sequestro de carbono (plantas de grama retiram do ambiente o CO2 através do processo de fotossíntese, transformando-o em matéria orgânica que é depositada no solo, importante reservatório para o equilíbrio da concentração do gás carbônico na atmosfera). Grama plástica gera CO2 durante seu processo de fabricação;
- Grama naturais reduzem a temperatura as áreas circundantes. A grama de plástico aquecem o ambiente à temperaturas intoleráveis, especialmente para crianças pequenas e animais de estimação;
- Gramas naturais podem sobreviver até uma seca de verão sem regar. Gramas de plástico requerem lavagem regular com mangueira;
- Os gramados naturais duram muitas décadas! A grama de plástico se desgasta depois de alguns anos;
- Grama natural sustenta a biodiversidade. Grama plástica cria zonas proibidas para a vida selvagem.
A grama artificial também pode prejudicar a saúde!
Concomitantemente ao aumento das temperaturas, a próxima crise mais séria a ser enfrentada é com a qualidade do ar. Um gramado vivo absorve poluentes e CO2 do ar e como qualquer planta, elimina oxigênio respirável por meio do processo de fotossintese. Substituí-lo por grama plástica simplesmente remove esse contribuinte natural - e essencial - à nossa saúde.
E a umidade? A grama natural assim como qualquer planta transpira. É através do processo de transpiração que vapor de água é liberado para o meio ambiente aumentando a umidade do mesmo. Diferentemente o plástico da gramas sintéticas reflete o calor reduzindo ainda mais a umidade do meio.
O pior problema atribuído ao uso de gramas artificiais e que merece grande atenção é quanto ao uso da borracha, utilizada para revestir o gramado artificial esportivo (o mesmo material tóxico que todas as crianças brincam nas escolas). A idéia é que isso ajude a manter a grama sintética na vertical e amortecer os golpes durante uma queda. Mas há histórias de crianças que sofrem de problemas de saúde importantes devido aos efeitos da inalação dessa substância nociva feita com pneus velhos. No entanto, pais desavisados, confiando nas escolas ou clubes esportivos, permitem que seus filhos brinquem com isso, sem saber que os grãos presos nas roupas e inalados durante o jogo podem ser extremamente perigosos. Em suma, o uso de grama plástica. foi uma daquelas "grandes idéias" quando ainda estava na prancheta, uma solução de conveniência muito lucrativa para os tempos modernos, mas que nunca deveria ter saído da prancheta. Cabe a nós, portanto, saber fazer a melhor escolha!